CONTAS PÚBLICAS JÁ PASSAM POR DIFICULDADES PARA FECHAREM
Contas públicas têm déficit pelo 3º mês e Banco Central vê
meta fiscal mais distante.Pela primeira vez houve um déficit primário no mês,
de R$ 4,7 bilhões
Pelo terceiro mês seguido, o setor
público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com
exceção da Petrobrás e Eletrobrás) apresentou um resultado negativo, com
déficit primário de R$ 4,7 bilhões em julho - ou seja, não houve economia para
o pagamento dos juros da dívida pública. Foi o primeiro resultado negativo para
o mês e também o pior para o período na série histórica do Banco Central,
iniciada em dezembro de 2001.
Mais cedo, o Tesouro já havia
divulgado o resultado do governo central, que registrou o maior déficit para o mês de julho desde 1997.
O esforço fiscal do setor público
caiu 54,7% nos primeiros sete meses deste ano em relação a igual período de
2013. As contas do setor público acumulam no período um superávit primário de
R$ 24,665 bilhões o equivalente a 0,84% do Produto Interno Bruto (PIB). No
mesmo período do ano passado, o superávit primário estava maior, em R$ 54,445
bilhões ou 1,99% do PIB.
O chefe do Departamento Econômico
do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou que, diante dos resultados registrados,
a meta de superávit primário do ano ficou mais distante. "A meta do ano,
com esses déficits dos últimos três meses, fica mais distante e exigirá esforço
maior do governo nos últimos cinco meses do ano", avaliou.
Maciel salientou que o superávit
primário no ano até julho é o menor da série histórica da instituição, iniciada
em dezembro de 2001. Ele informou que o resultado de 12 meses até julho em
relação ao Produto Interno Bruto (PIB), de 1,22%, é o pior desde outubro de
2009, quando havia ficado em 0,97%.
"A evolução do primário ao
longo do ano reflete, naturalmente, a perda de ritmo da atividade
econômica", disse o técnico. Segundo ele, o resultado do PIB no segundo
trimestre (-0,60%) confirmou isso.
Maciel comentou ainda que a
renúncia fiscal e as desonerações também foram fatores que
"obviamente" influenciaram evolução das receitas, da arrecadação.
"Pelo lado das despesas, alguns itens continuam crescendo. Em particular,
os gastos com investimentos, que, no acumulado do ano, registram 21,3% de
crescimento."
O esforço fiscal no acumulado deste
ano foi feito com a ajuda de um superávit de R$ 13,475 bilhões do Governo
Central (0,46% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios)
apresentaram um saldo positivo de R$ 11,457 bilhões (0,39% do PIB). Enquanto os
Estados registraram superávit de R$ 7,761 bilhões, os municípios alcançaram um
resultado positivo de R$ 3,696 bilhões. As empresas estatais registraram um
déficit de R$ 267 milhões entre janeiro e julho deste ano (0,01% do PIB).
Juros. O setor público
consolidado gastou R$ 27,996 bilhões com pagamento de juros em julho. Houve
alta em relação ao gasto de R$ 18,691 bilhões registrado em junho deste ano e
também ante os R$ 23,393 bilhões vistos em julho do ano passado.
No acumulado dos sete primeiros meses
do ano, o gasto com juros do setor público consolidado somou R$ 148,242
bilhões, o equivalente a 5,02% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período
do ano passado, o gasto com juros foi de R$ 141,487 bilhões ou 5,16% do PIB. Já
nos últimos 12 meses encerrados em julho, a despesa chegou a R$ 255,611 bilhões
ou 5,06% do PIB.
(Pesquisa:Carlos Alberto)
Agência Estado
(Pesquisa:Carlos Alberto)
Agência Estado
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