CARNE BRASILEIRA INVADE REDES DE FAST-FOOD NOS ESTADOS UNIDOS
CARNE
BRASILEIRA INVADE REDES DE FAST-FOOD NOS ESTADOS UNIDOS
Em dois meses, desde que os governos
dos dois países liberaram a exportação bilateral de carne bovina in natura,
Brasil embarcou para os EUA 153,5 toneladas em peças dianteiras, usadas para
fazer hambúrguer.
Cheeseburger, cheesebacon, você
deve ter notado que todos esses nomes de sanduíche – que até vêm com
ingredientes diferentes, mas têm no hambúrguer peça obrigatória – derivam do
inglês. E não é à toa: as principais redes de fast-food são dos Estados Unidos.
Agora, o que você pode não saber é que o patrimônio gastronômico
norte-americano tem ganhado um sabor cada vez mais brasileiro.
Desde que os governos dos dois
países assinaram um acordo liberando a exportação de carne bovina brasileira in
natura para os EUA, em agosto, foram embarcadas 153,5 toneladas, conforme dados
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O
presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles
Salazar, explica que os cortes enviados até agora são os dianteiros, usados
pelos americanos para fazer hambúrguer: “é uma característica da demanda. Os
cortes traseiros eles produzem lá”.
O assessor técnico da Confederação
da Agricultura e Pecuária (CNA) Rafael Linhares avalia que a exportação, por
enquanto, segue num ritmo moderado. Segundo a Abrafrigo, até o momento, há
cinco frigoríficos credenciados, sendo que o processo de liberação, se tudo corre
bem, dura em média 45 dias.
O mercado, no entanto, é promissor:
além do hambúrguer pronto que já era exportado para os EUA, os criadores
brasileiros ganharam mais um canal de comércio. “Agora enviamos a
matéria-prima, também”, ressalta Rafael Linhares. “A carne será usada por redes
de fast-food, é um incremento para nós”, completa.
Outro ponto de destaque é que os
norte-americanos são vistos como referência em sanidade por outros compradores,
como México, Canadá e Japão. “Abrindo as portas nos EUA, podemos abrir outros
mercados”, salienta Salazar. “A visibilidade do Brasil é bem maior agora”,
acrescenta Linhares.
As negociações para que o Brasil
pudesse vender carne in natura para os Estados Unidos levaram ao todo 17 anos.
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