PRISÃO DE JOÃO DE DEUS LEVA QUEBRADEIRA AO COMERCIO DE ABADIANIA EM GOIÁS.

10:32 Carlos Alberto, ˜Karlão Sam˜. 0 Comments


PRISÃO DE JOÃO DE DEUS LEVA QUABRTADEIRA A ABADIÂNIA, GOIÁS.


Um mês após denúncias contra João de Deus, comerciantes de Abadiânia fecham as portas
Abadiânia ostenta a quarta maior arrecadação turística de Goiás. De acordo com a Agência Estadual de Turismo (Goiás Turismo), o município de quase 16 mil habitantes perde apenas para Rio Quente, Caldas Novas e Anápolis. A atração responsável pelo faturamento local é a Casa Dom Inácio de Loyola, criada pelo médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, em 1976. Os trabalhos de passe, limpeza espiritual e consulta ali realizados são o elo causador da movimentação semanal de aproximadamente 5 mil pessoas pelas ruas do município.
Pousadas estão vazias em toda a cidade
Na segunda-feira, 7, completa um mês desde que as acusações de abuso sexual contra o médium foram ao ar no programa Conversa com Bial, da Rede Globo, e ganharam repercussão mundial. Para entender melhor o impacto dessa avalanche que atingiu o comércio local, a reportagem do Jornal Opção visitou as ruas de Abadiânia, conversou com turistas, comerciantes e, claro, com aqueles que atualmente tocam os trabalhos da Casa na ausência de seu líder.
“Antes, recebíamos uns 5 mil visitantes por semana. Agora, estamos com uma média de 1.350”, conta Chico Lôbo, um dos voluntários que trabalha na recepção dos fiéis que visitam a Casa Dom Inácio de Loyola. “Não há mais trabalho de consulta. Este, só o João pode fazer”, justifica a baixa movimentação, predominantemente estrangeira nos últimos dias. Apesar do número de visitas ter despencado recentemente, a Casa permanece aberta para que público entre e faça suas orações.
Guia, médium e voluntária, Jacilda Oliveira diz ter contabilizado diversas caravanas. “Já cheguei a contar 35 ônibus aqui na porta. Eram muitos visitantes”, lembra. Ela, que trabalha voluntariamente na Casa desde 1987, diz que todos estão tristes com o paradeiro do médium e assegura: “Aqui, nós só recebemos amor”.
Mas não só do amor vive o comércio de Abadiânia, que foi impactado após os relatos de abusos. “As vendas da minha loja caíram em 90%. Temos visto muitas pousadas fechando e muita gente desempregada”, contou uma comerciante local que preferiu não ser identificada. Ela explica que alguns comércios “estão resistindo”, como o dela, que se mantém aberto na esperança de dias melhores para o município. “Estamos aguardando para ver o que irá acontecer nos próximos meses. Não sabemos se o médium voltará a atender. Enquanto isso, estamos estagnados. Se não melhorar, com certeza migrarei meu negócio para outra cidade.”
Nas proximidades da Casa, pode-se encontrar loja de roupas, pedrarias, acessórios, hotelaria, lanchonetes e restaurantes. Apesar da queda nas arrecadações de todos eles, os proprietários mais esperançosos seguem na expectativa de que a situação seja revertida a partir de fevereiro deste ano. Isso porque, normalmente, o movimento local começa a se alavancar neste período. “Mas tenho minhas dúvidas se as coisas vão mudar”, relata o dono de uma lanchonete.
Ele conta que abriu seu negócio há mais de dois anos e que, até então, tudo estava indo bem. “Muitos estrangeiros já estavam aqui na cidade antes de surgirem as polêmicas. Normalmente, eles se hospedam por um período de 30 dias. Agora, estão começando a voltar para seus países. E, sinceramente, não sei se eles voltarão aqui.”
O dono da lanchonete considera ter levado uma “rasteira”, assim como os demais colegas que investiram no comércio local nos últimos anos. “Aqui era muito movimentado e todo mundo apostou sem esperar que isso poderia acontecer.
O proprietário lamenta, ainda, a falta de oportunidades na cidade e assegura que 90% do faturamento do município gira em torno do nome do médium. Ele, que já trabalhou como chefe de cozinha em Brasília, teme não haver mais dinheiro circulando na cidade. “Se isso acontecer, terei que fechar meu comércio. Não descarto a possibilidade de voltar à Brasília em busca de melhores oportunidades.”
O prefeito da pequena Abadiânia, José Aparecido Alvez Diniz (PSD), já sente o impacto econômico das denúncias contra o médium. Conforme disse cerca de duas semanas atrás, ao menos 150 funcionários de pousadas e hotéis haviam sido demitidos — a prefeitura do município assegura o funcionamento de 69 pousadas e hotéis, mas o número pode chegar a 90 se levadas em conta as residências transformadas em pensões improvisadas.
O prefeito alegou que não há um balanço oficial, pois as demissões não são informadas à prefeitura. Porém, há uma estimativa informal a ser considerada. Diniz ressaltou também que a Casa, que funciona como hospital espiritual e templo ecumênico, gera aproximadamente 1,2 mil postos de trabalho no município. José Aparecido foi procurado pela reportagem na tentativa de atualizar estes números. Mas, até o fechamento da reportagem, as ligações não foram atendidas.
DENÚNCIA DE TRÁFICO DE CRIANÇAS CONTRA JOÃO DE DEUS É ENCAMINHADA AO MP GOIÁS



Foi colhido depoimento informal da ativista, que acusa o médium de ter feito meninas de escravas sexuais e “exportado” seus filhos

O Ministério Público de São Paulo encaminhou ao MP-GO a denúncia de tráfico de crianças, feita por ativista, contra o médium João Teixeira, o João de Deus. A promotora de Justiça Gabriela Manssur colheu um depoimento informal da denunciante Sabrina Bittencourt e enviou relatório para o órgão em Goiás.
A investigação, portanto, deve continuar nas mãos do MP-GO. O material com os relatos de Sabrina também foi enviado para o Ministério Público Federal, conforme informações do MP-SP.
Ao Jornal Opção, o MP-GO disse qualquer relato seria objeto de investigação. Até a manhã desta terça-feira, 8, o órgão não tinha informações sobre esse material, mas disse que iria apurar.
A ativista Sabrina Bittencourt publicou recentemente um vídeo, em que incentiva mulheres a denunciarem o médium e afirma que ele seria chefe de uma organização de tráfico de bebês. Além disso, ela diz que garotas de 14 a 18 anos teriam sido feitas de escravas sexuais.
Ela conta, ainda, que conseguiu contato de mães que teriam adotado os filhos dessas mulheres em pelo menos três continentes. Sabrina também pediu ajuda das autoridades para apurar o possível esquema criminoso.


www.jornalopcao.com.br


Você pode gostar de

0 comentários:

GRATOS PELA VISITA. AGRADECEMOS PELOS SEUS COMENTÁRIOS!