PF PRENDE PRESIDENTE DA CNI EM BRASÍLIA, E 'SISTEMA S' VAI SENDO DEPURADO.
Robson Andrade,
presidente da CNI Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo
A prisão na manhã desta terça-feira de dirigentes das
federações da indústria e do presidente do órgão máximo do sistema sindical
patronal industrial, Robson Andrade, até então à frente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), ajudará o ministro da Economia, Paulo Guedes, na
tarefa de separar joio do trigo na reforma do Sistema S.
Desde o ano passado, o ministro anuncia o plano de “passar a
faca” na fonte de financiamento de entidades como Sesi, Sesc e Senac, mantidas
com valores descontados em folha de pagamentos de funcionários da indústria e
do comércio. Algo estimado em quase R$ 20 bilhões anuais.
A maior parte desses recursos financia a formação
profissional de nada menos que 3,3 milhões de jovens, bem como atividades de
cultura e lazer a funcionários de empresas e comunidade do seu entorno. Promove
bem-estar social em nível de primeiro mundo, sem distinção de classe social e
fundamental por entregar justamente aquilo que o Estado promete, mas quase
nunca cumpre.
Outra parcela desses recursos ajuda a sustentar um sistema de
federações da indústria controlado há décadas por um mesmo grupo de dirigentes
sindicais patronais, que administram dinheiro público mas se reconhecem apenas
como entidade de Direito Privado. Em outras palavras, são os dono do dinheiro,
mas não os donos da empresa.
Nos últimos anos, não faltaram provas de uso de parte desses
recursos para fins não republicanos, mas a reação de polícia e Judiciário se
deu a passos de tartaruga. O mesmo Robson Andrade, preso nesta terça, sempre
transitou com desenvoltura entre tucanos, petistas e políticos de toda ordem.
Deu R$ 1 milhão da Fiemg a Fernando Pimentel (PT), então ex-ministro, para
realizar palestras que nunca existiram, em 2011. Em delação, o operador
financeiro do petista Benedito Rodrigues contou que outro milhão foi desviado
três anos depois da Olimpíada do Conhecimento, evento realizado pela CNI, para
a campanha do petista ao governo mineiro.
No Rio de Janeiro, o presidente da Fecomércio-RJ, Orlando
Diniz, foi preso na Lava-Jato e é suspeito de comandar pagamentos de quase R$
200 milhões a escritórios de advocacia para fins escusos, entre eles o da
ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral. Em São
Paulo, Paulo Skaf foi acusado pelo marqueteiro da Fiesp, Renato Pereira, de
usar recursos da entidade para promoção pessoal.
Que a faca de Guedes seja cirúrgica.
epoca.globo.com
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