TAXA DE DESEMPREGO CAIU EM ABRIL
A taxa de desemprego do Brasil subiu a 8,0% no trimestre
encerrado em abril, com o mercado de trabalho marcado pela forte procura por
emprego, corte de vagas e queda na renda, segundo a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
A população ocupada registrou queda de 0,6% nos três meses até abril,
para 92,179 milhões
O dado divulgado
nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
ficou 0,1 ponto percentual acima da taxa registrada no primeiro trimestre, e é
o maior patamar da série iniciada em 2012 para o trimestre encerrado em abril.
No mesmo período de
2014 a taxa de desemprego havia
ficado em 7,1%, e o resultado divulgado nesta quarta-feira também foi pior do
que o registrado no trimestre encerrado em janeiro –que corresponde aos três
meses imediatamente anteriores ao período anunciado–, de 6,8%.
– A gente já inicia
o segundo trimestre do ano (pior) e intensificando o movimento de aumento da
desocupação e de queda da ocupação – resumiu o coordenador do IBGE
Cimar Azeredo. “Muitas pessoas estavam estudando e se qualificando até o ano
passado. Mas com o poder de compra em queda, mais jovens e mais idosos estão
voltando ao mercado de trabalho para compor renda familiar.”
Segundo os dados da
Pnad Contínua Mensal, no trimestre até abril o número de desocupados, que
inclui aqueles que tomaram alguma providência para conseguir trabalho, teve
alta de 18,7% ante os três meses encerrados em janeiro, atingindo 8,029 milhões
de pessoas.
– Não dá para dizer
que o que se vê é apenas dispensa de temporários, tem mais pessoas procurando
trabalho do que em períodos anteriores. Isso é reflexo do que aconteceu no PIB.
Se você não produz, não gera trabalho e não há vagas – destacou
Azeredo. No primeiro trimestre, a economia brasileira encolheu 0,2% ante os
últimos três meses do ano passado.
Por sua vez, a
população ocupada registrou queda de 0,6% nos três meses até abril, para 92,179
milhões. O IBGE usa a comparação com o trimestre imediatamente anterior ao
período anunciado para evitar repetição de dados relativos aos meses
anteriores.
Os setores que mais
demitiram no período em comparação com o trimestre encerrado em janeiro foram
construção, com corte de -288 mil vagas, e comércio, com redução de -176 mil
postos de trabalho.
Já o nível de
ocupação, que mede a parcela da população ocupada em relação à população em
idade de trabalhar, caiu a 56,3% nos três meses até abril, ante 56,7% no
trimestre até janeiro.
O IBGE informou
ainda que o rendimento real dos trabalhadores recuou 0,5% na comparação entre
os dois períodos, para R$1.855. Também caiu 0,4% em relação a igual período do
ano passado.
A Pnad Contínua tem
abrangência nacional e o objetivo é que substitua a Pesquisa Mensal de Emprego
(PME), que leva em consideração dados apurados apenas em seis regiões
metropolitanas do país. No último dado disponível da PME, o desemprego chegou em abril ao maior nível em quase
quatro anos, de 6,4%.
O mercado de
trabalho vem desde o início do ano apresentando esgotamento, sucumbindo à
fragilidade da economia, num quadro de inflação alta, juros elevados e aperto
fiscal em curso, com contração econômica.
Em abril, o Brasil
fechou 97.827 vagas formais de trabalho, pior resultado para o mês na série
histórica, segundo dados do Ministério do Trabalho
MTe.
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