3 MILHÕES DE DESEMPREGADOS BUSCAM TRABALHO HÁ PELO MENOS 2 ANOS, APONTA IBGE
3 MILHÕES DE DESEMPREGADOS BUSCAM
TRABALHO HÁ PELO MENOS 2 ANOS, APONTA IBGE

Dados divulgados nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) mostram que havia 3,035 milhões de brasileiros
procurando emprego há 2 anos ou mais até o final do 1º trimestre deste ano.
Este número corresponde a 22% do total de desempregados no país, que ficou em
13,7 milhões.
A maior parte dos desempregados – 6,4 milhões ou 45% do total – estava na
busca por emprego há mais de um mês, mas há menos de um ano. Outros 2,2 milhões
de brasileiros procuravam por uma oportunidade no mercado há um ano, mas a
menos de 2, enquanto 2 milhões estavam desempregados há menos de um mês.
Na comparação com 2012, aumentou em 71,8% o número de pessoas que estavam
há mais de dois anos desempregadas, enquanto os que buscavam emprego entre um e
dois anos aumentou 129% no mesmo período.
“Com o aumento da desocupação, o tempo na fila por emprego também
aumenta”, afirmou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar
Azeredo.
O pesquisador ressaltou que por conta do aumento do tempo de procura por
trabalho, “parte dessa população acaba desistindo e sai da fila, se tornando
desalentada”.
Número de desalentados atinge
recorde
Azeredo destacou que desde o início da crise econômica no Brasil, o
número de pessoas desalentadas quase triplicou. No primeiro trimestre de 2014
havia 1,6 milhão de pessoas nesta condição. Este número saltou para 4,6 milhões
no primeiro trimestre de 2018, o maior número da série histórica do IBGE,
iniciada em 2012.
Desalentados são, de acordo com a classificação do IBGE, aquelas pessoas
que desistiram de procurar emprego e, por isso, deixam de fazer parte da
população desempregada do país.
Ainda de acordo com o pesquisador, foi o desalento que contribuiu para
reduzir a taxa de desemprego no país na comparação entre o primeiro trimestre
deste ano com o mesmo período do passado – passou de 13,7% para 13,1%. “O
desalento foi o principal canal de saída da desocupação”, enfatizou.
Do total de desalentados do país, 60,6% estavam no Nordeste (2,8 milhões
e pessoas). Entre as unidades da federação, os maiores contingentes estavam na
Bahia (805 mil) e Maranhão (430 mil).
Ao analisar o perfil dos desalentados, Azeredo destacou que tal condição
atinge principalmente “a população jovem, feminina, preta ou parda e com baixa
e escolaridade”. Do total de desalentados, 54,2% eram mulheres, 48,4% tinham
entre 14 e 29 anos, 73,1% eram pretos ou pardos e 38,5% tinha ensino
fundamental incompleto.
1/4 dos trabalhadores do país estão
subutilizados
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD)
trimestral divulgada nesta quinta-feira, A taxa de subutilização da força de
trabalho ficou em 24,7% no 1º trimestre de 2018, a maior da série histórica da
PNAD Contínua, iniciada em 2012. O contingente de subutilizados também é o
maior já registrado pela pesquisa, e corresponde a 27,7 milhões de
trabalhadores.
O grupo de trabalhadores subutilizados reúne os desempregados, aqueles
que estão subocupados (menos de 40 horas semanais trabalhadas) e os que fazem
parte da força de trabalho potencial (não estão procurando emprego por motivos
diversos).
Veja o que são considerados trabalhadores subutilizados e quantos estavam
nessa condição no 1º trimestre de 2018:
- 13,7 milhões de desempregados:
pessoas que não trabalham, mas procuraram empregos nos últimos 30 dias;
- 6,2 milhões de subocupados:
pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam de
trabalhar mais;
- 7,8 milhões de pessoas que
poderiam trabalhar, mas não trabalham (força de
trabalho potencial): grupo que inclui 4,6 milhões de desalentados (que
desistiram de procurar emprego) e outras 3,2 milhões de pessoas que podem
trabalhar, mas que não têm disponibilidade por algum motivo, como mulheres
que deixam o emprego para cuidar os filhos.
0 comentários:
GRATOS PELA VISITA. AGRADECEMOS PELOS SEUS COMENTÁRIOS!