‘OPERAÇÃO LUCAS’ DA POLICIA FEDERAL PRENDE EX-SUPERINTENDENTE DO MINISTERIO DA AGRICULTURA.
‘OPERAÇÃO LUCAS’ DA POLICIA FEDERAL
PRENDE EX-SUPERINTENDENTE DO
MINISTERIO DA AGRICULTURA.
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Investigações da Polícia Federal
apontam que a ex-superintendente do Ministério da Agricultura Adriana Carla
Floresta Feitosa presa durante a operação “Lucas” nesta terça-feira (16), usava
dinheiro de propina para custear despesas pessoais. Por meio de bloqueios de
contas bancárias, a PF constatou que parte do dinheiro era usado para pagar
boletos de faculdades. O ex-marido, o marido e dois filhos de Adriana também
foram presos. Um deles é estudante de medicina em Gurupi. A operação foi
deflagrada nesta terça-feira (16) em quatro estados e no Distrito Federal e
investiga a corrupção envolvendo a servidora pública e empresas fiscalizadas,
dentre frigoríficos e laticínios.
Ao todo, foram cumpridos 10
mandados de prisão contra Adriana; o atual marido, Humphrey Teixeira dos
Santos; o ex-marido, Djalma Luis Feitosa, e dois filhos dela, Luis Fernando
Floresta Feitosa, preso em Gurupi, e Luciano Floresta Feitosa, preso em São
Paulo. A PF disse que eles recebiam as vantagens indevidas.
A defesa de Adriana acompanha o depoimento
dela na sede da PF. O advogado de Luiz Fernando Floresta Feitosa disse que o
cliente dele está sendo ouvido pela PF e que ele ainda está se inteirando dos
fatos. O G1 tenta contato com a defesa dos outros presos.
Segundo o superintendente regional
da PF no Tocantins, Arcelino Vieira, as outras cinco pessoas pessoas ”são
ligadas a frigoríficos e também atuavam nos processos administrativos que eram
encaminhados ao Ministério da Agricultura”. Uma delas é o fiscal da Adapec de
Araguaína, Dawes Rodrigues Sousa Lima. Sobre a prisão dele, a Adapec disse que
não tem conhecimento do fato porque não teve ainda acesso ás informações que
constam no processo.
O período de investigação é entre
os anos de 2010 e 2016, quando Adriana atuou como chefe de fiscalização e
chegou a assumir como substituta a superintendência do órgão. Conforme a PF,
ela é suspeita de receber dinheiro de empresas.
“A servidora recebia para tratar de
interesses de empresas fiscalizadas, seja adiantando ou atrasando procedimentos
administrados. Há também a indicação de que ela tenha atuado na diminuição ou
anulação de multas aplicadas. Era uma atividade que atendia mais a interesses
das empresas do que interesse público”, explicou o superintendente.
Durante o período investigado, a PF
descobriu por meio da quebra de sigilo bancário, que houve uma movimentação no
valor de R$ 13 milhões. Destes, apenas R$ 3 milhões eram provenientes de
remuneração salarial.
“O que excede a isso é uma
movimentação de crédito sem uma origem. Boa parte dessa movimentação não
identificada que chega a R$ 8 milhões é uma movimentação de origem de alguns
frigoríficos ou pessoas ligadas a frigoríficos e laticínios. Houve decretação
de bloqueio de bens de aproximadamente R$ 2,2 milhões do núcleo familiar da
servidora porque até o momento é esse o valor que temos a certeza de que houve
a locupletação pelo ilícito”, disse Arcelino.
Ainda conforme o delegado, os
pagamentos eram frequentes e se realizavam por meio de depósito em contas e por
pagamentos de boletos.
Empresas investigadas
No Tocantins, a PF fez busca e
apreensão na Cooperativa dos Produtores de Carne e Derivados de Gurupi
(Cooperfrigu); no frigorífico Frango Norte, em Paraíso do Tocantins e no
frigorífico Minerva, que fica em Araguaína.
Em resposta, a Cooperfrigu informou
que agentes da PF estiveram na Cooperativa para encontrar provas documentais
com relação a possível esquema de corrupção envolvendo servidores do Ministério
da Agricultura. A Cooperfrigu disse ainda que sempre teve bom relacionamento
com o Ministério da Agricultura por meio de seus representantes legais, e nunca
se envolveu em casos ilícitos.
O frigorífico Frango Norte disse
que não vai se posicionar no momento. A produção da TV Anhanguera entrou em
contato com o frigorífico Minerva, que ainda não se manifestou sobre o caso.
Entenda
A operação "Lucas" foi
deflagrada nesta terça-feira. Cerca de 120 policiais federais cumpriram 62
mandados judiciais no total, sendo 10 prisões temporárias, 16 mandados de
condução coercitiva e 36 mandados de busca e apreensão, nos estados de
Tocantins, Pará, São Paulo, Pernambuco e Distrito Federal.
A PF disse que a investigação
começou após denúncias de que frigoríficos e empresas de laticínios teriam sido
favorecidas em processos administrativos.
A operação foi batizada de Lucas,
conforme a Polícia Federal, em referência à passagem bíblica que diz “não
peçais mais do que o que vos está ordenado”. Os suspeitos poderão responder
pelos crimes de corrupção passiva e ativa, cujas penas podem chegar a 12 anos
de prisão.
G1.
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