ESCÂNDALO DA TELES: SENADORES ACIONAM STF CONTRA AS MEDIDAS PROPOSTAS POR KASSAB
SENADORES ACIONAM O STF CONTRA BENEFÍCIO BILIONÁRIO ÀS TELES
Mandado de segurança feito pela oposição visa garantir que vá a plenário
proposta que garante presente bilionário a empresas de telecomunicação
Parlamentares de diversos partidos, sobretudo de oposição ao governo de
Michel Temer, entraram com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal
(STF), na terça-feira (20), para que seja votada no plenário do Senado uma
proposta (PLC 79) que garante benefícios bilionários a empresas de
telecomunicação.
O projeto, de origem da Câmara dos Deputados, havia sido aprovado em
decisão terminativa na Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional (CEDN), no
dia 6 de dezembro, e está prestes a ir direto para sanção presidencial.
Senadores da oposição chegaram a apresentar recursos à Mesa Diretora do Senado,
mas foram rejeitados.
Se o mandado for acatado pelo STF, a votação do PLC 79 ocorrerá somente a
partir de fevereiro de 2017, após o recesso parlamentar. A Corte entrou em
recesso na terça e retorna somente em 6 de janeiro, mas o pedido pode ser
analisado em caráter de plantão pela ministra Cármen Lúcia.
Empresas como a Oi e a Vivo podem ser beneficiadas em pelo menos R$ 40
bilhões se o projeto for sancionado. As teles seriam dispensadas de devolver
patrimônios físicos pertencentes à União, o que corresponderia a metade dos
recursos. Já o restante (R$ 20 bilhões) seria garantido por meio do perdão de
dívidas.
O PLC 79/2016 transforma as concessões de telecomunicações em
autorizações. Com isso, a intenção é transferir infraestrutura estratégica da
União, avaliada em R$ 100 bilhões, para as teles. O Tribunal de Contas da União
(TCU), após fazer uma auditoria, concluiu que o prejuízo do país, transferido
como benefício às teles, chega a R$ 105 bilhões.
Assinam o mandado os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Vanessa
Grazziotin (PCdoB-AM), Humberto Costa (PT-PE), Lídice da Mata (PSB-BA), Reguffe
(Sem Partido-DF), Paulo Rocha (PT-PA), Thieres Pinto (PDT-RR), Ângela Portela
(PT-RR), Roberto Requião (PMDB-PR), Fátima Bezerra (PT-CE), Regina Sousa
(PT-PI) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Associação
Brasileira de Procons (Procons Brasil) e outras 18 organizações civis também
divulgaram nota de repúdio contra ato da Mesa Diretora do Senado Federal.
“É um crime de lesa-pátria, é um processo criminoso”, atacou o senador
Roberto Requião (PMDB-PR), em vídeo divulgado em redes sociais. Segundo ele,
embora senadores liderados por Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) tenham conseguido
obter as oito assinaturas necessárias para o projeto ir ao plenário para ser
discutido, deixando de ser “terminativo”, os parlamentares da base do governo
estão fazendo manobras regimentais e pressionando senadores para ele não ser
discutido e ser sancionado.
“Estão tentando fazer passar (o projeto) à sorrelfa, às escondidas. Andou
rapidamente na Câmara, veio para o Senado e o Renan (Calheiros) mandou para a
comissão especial sem passar pelo plenário”, disse Requião.
A transformação de concessão em autorização fará com que os bens
reversíveis à União (incluindo bens mais as multas) fiquem em poder das
empresas, não se revertendo mais para o Estado. O pretexto ou contrapartida
seria que as teles teriam de reinvestir em redes de banda larga. “Mas é bom que
a gente perceba que o dever de investir já é garantido nos contratos de
concessão desde a privatização do sistema Telebrás por Fernando Henrique e
nunca foi cumprido pelas operadoras e muito menos fiscalizado pela tal agência
reguladora (Anatel), que não serve para nada a não ser facilitar absurdos como
esse”, afirma Requião.
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De acordo com o senador, “parece que eles estão em desespero, acham quer
não vão ficar muito tempo e querem entregar tudo rapidamente. A imprensa
precisa se mexer. Estamos sendo roubados e o país está sendo entregue. A
sensação que tenho é que estamos sob o domínio de uma quadrilha entreguista que
quer acabar com o Brasil. Há que resistir”.
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