PAPUDA DF EM PERIGO! SURTO DE DOENÇAS CONTAGIOSAS GRASSA NO PRESIDIO COM MAIS DE 15 MIL DETENTOS!
SURTO DE DOENÇAS INFECCIOSAS ATINGE PELO MENOS 700 PRESOS NA
PAPUDA
Surto de doenças infecciosas atinge pelo menos 700
presos na Papuda
Pelo menos 700 presos do Complexo Penitenciário da
Papuda foram infectados com duas doenças de pele altamente contagiosas.
O Metrópoles.com revelou o caso com exclusividade na manhã desta
quinta-feira (13/7). No dia anterior, quando a Subsecretaria do Sistema
Penitenciário (Sesipe) foi acionada pela reportagem para prestar
esclarecimentos, o órgão havia admitido apenas a incidência de impetigo
entre os detentos. Mas, após a publicação
da denúncia, a Sesipe informou existir também casos de sarna na unidade
prisional.
Com coceira intensa, feridas e bolhas purulentas na
pele, alguns detentos nem sequer foram atendidos por médicos para tratar as
doenças, que começaram a se manifestar há quatro meses. Desde
maio, existe determinação judicial para o atendimento.
A sarna e o impetigo são tão contagiosos que não se
mantiveram apenas no ambiente prisional. Após visitas aos internos, parentes
também relataram a infecção pela bactéria ou pelo parasita da escabiose (nome
científico da sarna). Somente na Penitenciária do Distrito Federal 1 (PDF 1),
onde há 3.652 detentos, 520 foram contaminados, o que representa 14,2% da
população carcerária do lugar.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisFB6-RVcT55riY2TdlHsD0a0yRUdjPIzSyU3TG21VlMg-QZ5x-ZmD4dBAAOHvkLknOBFxnikjAGBlb3ltW8PlmcoBtAaTagQWXutRVBRfRm50cMW9Yq6xgBr82slKl0MHzcK3I91_FXY/s640/papuda-df.jpg)
A Sesipe afirma ter iniciado mutirões de triagem para
atendimento aos internos e detecção de outros casos. “O acompanhamento está
sendo feito por médicos e enfermeiros que trabalham nas unidades prisionais”,
destacou a subsecretaria, por meio de nota. No entanto, a mãe de Lucas*, 25
anos, negou que o filho tenha recebido atendimento. Ela o visitou nesta
quinta-feira (13/7) e teme que o rapaz perca o pé.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdc7kOriNkbd6Wtt_Gwu6Y8135S8rmbdTsKtZdhVzu7QiDJvwXwEPg6-zOLM4zxQHwxxcHD3yhK2zA77aEi2wDEnbSLDZjSQFUSNPvJHWqxFXXyvk45XdAti7xgdIYMLVTYBJJwtFvc2I/s640/PAPUDA+DOEN%25C3%2587AS+SURTO+2.jpg)
Maria, mãe de interno de 25 anos que foi contaminado
Segundo Maria*, o filho teve o corpo alvejado por seis
tiros de balas de borracha. As feridas, contou, facilitaram a entrada e a
proliferação de bactérias. Além disso, a sarna tomou conta da região genital do
rapaz. “Eles não deixam levar remédio e não tratam a doença. Estou pedindo pelo
amor de Deus para ele ser atendido. Só isso”, lamentou.
No início desta semana, a reportagem também entrou em
contato com 10 esposas de presos. Pelo menos três delas relataram ter pego
as doenças depois de visitas aos companheiros no cárcere.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizccwlU1qzolxDDeL3tmmjN1n2zgWt_iDHWLTCTSdoOdNDtyyimsvZI0geQsYHS_k7GTWWVX4nsslzM2GPXVJd1vJMFk7TOFFGWHJo2vx4IGClb68mZXxi1NLsN4xOIefx-blDe9HlKkI/s640/PAPUDA-DOEN%25C3%2587AS-impetigo-e-sarna.jpg)
Lesões com pus, que podem contaminar lençóis,
cobertores e roupas. As enfermidades são altamente contagiosas
Arquivo pessoal
A pedido da Justiça
A Vara de Execuções Penais (VEP) recebeu, no fim de maio, denúncias anônimas sobre um possível “surto de doenças de pele” em unidades dentro da Papuda. Segundo informações do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), os denunciantes reclamavam da falta de atendimento médico e de fornecimento de medicação adequada. A Juíza titular da VEP, Leila Cury, mandou um ofício à Sesipe e pediu celeridade nas informações.
A juíza também oficiou a Secretaria de Saúde para
fornecer as medicações aos detentos ou, em caso de falta, que a VEP fosse
comunicada para adotar as medidas necessárias. A resposta: um serviço de
assistência à saúde aos internos que reclamavam da coceira já tinha
sido fornecido. A Sesipe também disse à Justiça que tratou os detentos que
apresentavam lesões mais graves.
Contágio
Setecentos é um número inicial dentro de um contingente de 13.165 custodiados na Papuda. Se medidas de higiene extremas não forem tomadas o quanto antes, as duas doenças podem se alastrar. De acordo com o infectologista da Aliança Instituto de Oncologia, Tarquino Erastides, é preciso ferver as roupas de cama, calças, camisas, passar ferro quente nos colchões, fazer o tratamento em quem está infectado e manter condições de higiene que não permitam a proliferação do parasita da sarna e da bactéria causadora do impetigo.
Setecentos é um número inicial dentro de um contingente de 13.165 custodiados na Papuda. Se medidas de higiene extremas não forem tomadas o quanto antes, as duas doenças podem se alastrar. De acordo com o infectologista da Aliança Instituto de Oncologia, Tarquino Erastides, é preciso ferver as roupas de cama, calças, camisas, passar ferro quente nos colchões, fazer o tratamento em quem está infectado e manter condições de higiene que não permitam a proliferação do parasita da sarna e da bactéria causadora do impetigo.
A sarna ou escabiose provoca coceira intensa,
principalmente durante a noite ou em dias quentes. O tratamento é com remédio
via oral, um antiparasitário. “Não adianta tratar os doentes se a higienização
não for feita, vira um ciclo vicioso. Na verdade, a sarna deve ter provocado a
coceira, produzido escoriações e aberto a proteção natural da pele para o
aparecimento do impetigo, que é provocado por bactéria”, afirmou o
especialista.
O impetigo ocorre de duas formas, ambas causadas pelas
bactérias Streptococcus pyogenes ou Staphylococcus
aureus. É transmitido pelas mãos, pelo contato com o doente ou com
pertences como roupas, cobertores, lençóis ou brinquedos.
Higienização
A Sesipe informou, por meio de nota, que fará a higienização das celas e dará as orientações médicas aos presos sobre higienização pessoal. Eles serão orientados, especialmente, a lavarem as mãos com frequência. Segundo a subsecretaria, não existem motivos para suspender as visitas aos detentos. “O fato de um grupo de internos estar com a doença de pele não significa que os estabelecimentos prisionais estão passando por um quadro de epidemia”, disse trecho da nota.
A Sesipe informou, por meio de nota, que fará a higienização das celas e dará as orientações médicas aos presos sobre higienização pessoal. Eles serão orientados, especialmente, a lavarem as mãos com frequência. Segundo a subsecretaria, não existem motivos para suspender as visitas aos detentos. “O fato de um grupo de internos estar com a doença de pele não significa que os estabelecimentos prisionais estão passando por um quadro de epidemia”, disse trecho da nota.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_mNJIE4w_eNoI9T7gmpIh0FnSChyrj2TmkrXeQP4e1zs8iMK-YaObCMPsC8ODczvQJ8g37k5kIM4YrAjQDb3OnBZ_vWIgyw5u2bq-_mHeut6ZCOwRRzSk0qsJwYqh72WPNyHhYyqY_8M/s640/papuda+presos+said%25C3%25A3o.jpg)
Além dos 520 internos contaminados da PDF 1, ainda foram
identificados 172 internos no Centro de Detenção Provisória (CDP) com as
infecções. A Secretaria de Segurança Pública e Paz Social não informou quantos
detentos têm as doenças na PDF2.
METROPÓLES.COM
Atualizando em 02.08.17: Já passou de 2 mil o número de presos infectados pelas moléstias.
Atualizando em 02.08.17: Já passou de 2 mil o número de presos infectados pelas moléstias.
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