INDÚSTRIA NACIONAL SÓ SE RECUPERA EM 8 ANOS, DIZEM OS ESPECIALISTAS.
A INDÚSTRIA BRASILEIRA SÓ VAI RECUPERAR NÍVEIS DE 2013 EM 8 ANOS, DIZEM
ANALISTAS
Por Jornal O Sul /
A alta de apenas 0,2% da produção
industrial em novembro sobre outubro, segundo dados divulgados pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), confirma o diagnóstico: o
processo de recuperação da indústria brasileira seguirá num ritmo lento gradual.
É certo que analistas comemoram uma
expansão mais robusta da produção industrial em prazos mais longos. Em
novembro, o crescimento foi de 6% sobre fevereiro de 2016, o piso mais recente
da série. Em 12 meses, a alta é de 2,2% – o melhor resultado desde setembro de
2013.
Ainda assim, há uma espécie de
consenso de que voltar aos níveis recordes registrados em 2013 levará bastante
tempo. Além de 2018, mais quatro anos, segundo o Banco Haitong, podendo chegar
a oito anos nas contas da corretora Gradual, se a média mensal (+0,16%)
registrada desde 2016 se mantiver.
“Para voltar a 2013, teremos de
crescer cerca de 17%, é muita coisa”, diz Flávio Serrano, do Banco Haitong. O
economista ressalta que os juros mais baixos poderão ajudar o processo de
retomada, mas a dificuldade de o governo pagar as suas contas – em um cenário
em que vai demandar cada vez mais recursos do mercado, que, por sua vez,
exigirá retornos mais altos por isso – pode atrapalhar essa trajetória de
queda.
Emerson Marçal, coordenador do Centro
de Macroeconomia Aplicada da FGV (Fundação Getulio Vargas, afirma que a
situação da indústria hoje é complexa. Segundo ele, o ciclo de baixa da
indústria iniciado em 2014 não foi influenciado por aspectos transitórios, como
na crise de 2008.
“Tivemos muitos investimentos
malfeitos, daí a recuperação lenta.” Além disso, a grande ociosidade de muitas
fábricas hoje deve postergar a necessidade de novos investimentos em pelo menos
dois anos. Os economistas têm a avaliação de que, mesmo lenta, a recuperação da
indústria caminha como o esperado.
A previsão é que a indústria tenha
encerrado o ano passado com alta entre 2,3% e 2,5% e que, em 2018, a expansão
fique ao redor de 3%.
Automóveis
Em 2017, os bens duráveis, como
automóveis, mais dependentes de crédito, foram os grandes destaques, com alta
superior a 12% em 12 meses até novembro. Usados na produção de outros bens, os
intermediários, como combustíveis e aço, subiram 1,2%, e os bens mais
dependentes de renda, como alimentação e vestuário, cresceram apenas 0,8%.
Esse avanço deve continuar morno
enquanto o emprego não apresentar uma trajetória mais firme de recuperação, diz
Serrano, do Haitong. Para a MCM Consultores, merece destaque na recuperação o
crescimento da indústria de bens de capital, algo que deve favorecer o
investimento nos próximos meses.
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