ASFALTO ECOLÓGICO É USADO EM ESTRADA QUE LIGA PLÁCIDO DE CASTRO À BOLÍVIA
Produto dura mais e não afeta meio ambiente, diz responsável pela tecnologia.
Trecho experimental foi aplicado há um mês em 300 metros de ramal.
Tecnologia foi aplicada inicialmente em 300 metros do ramal
que liga Plácido de Castro à Bolívia
(Foto: Arquivo pessoal/Jacira Abdon)
O município de Plácido de Castro, distante 100 km da capital
Rio Branco começou a testar um novo tipo de pavimentação, com o uso de um
polímero para aglomerar as partículas do solo, construindo uma base rígida
resistente à água e à carga. E, nessa iniciativa em favor do meio ambiente, a
primeira estrada a receber o pavimento liga o município à Bolívia. A tecnologia
foi aplicada inicialmente em 300 metros há pouco mais de um mês.
De acordo com o diretor-presidente da empresa responsável
pelo experimento em São Paulo, Newton Vasconcelos, em função da falta de
equipamento no município do interior do Acre, a empresa teve que fazer uma
improvisação da tecnologia. Segundo ele, o produto foi aplicado em forma de
selante.
"O material que está solto na pista é retirado e, em
seguida, começamos o procedimento. É feito uma raspagem superficial do solo,
aplica-se o produto como se estivesse pintando o chão, depois volta com um rolo
liso fazendo o fechamento dos poros do pavimento. O resultado é um piso selado,
sem poeira e liso. Fica uma estrada de terra, como se fosse asfalto, com o uso
do 'Terra Fix', que é uma tecnologia de pavimentação ecológica", explica
Vasconcelos.
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O diretor-presidente garante que essa tecnologia pode ser
usada em todas as estradas rurais do estado. Segundo Vasconcelos, é uma solução
para melhorar as condições de trafegabilidade nas estradas e a manutenção só
precisa ser feita de ano em ano, e não a cada três meses como na tecnologia
usada em ramais normalmente.
"É um piso mais resistente. Além de ser uma alternativa
ecológica, já que o produto não oferece nenhum impacto negativo ao meio
ambiente. Um detalhe é que é utilizado o solo do próprio local, então não teria
necessidade de trazer material de outros lugares", acrescenta o diretor.
A proposta é para os locais onde não há condições financeiras
de colocar uma capa asfáltica. "A tecnologia tem um custo praticamente
três vezes menor do que o da aplicação de asfalto", diz Vasconcelos.
O secretário de obras de Plácido de Castro, Luciano Barros,
diz que essa foi apenas uma demonstração da tecnologia que teve boa aceitação e
pode ser aplicada futuramente em todos os ramais do município. Barros conta que
o prefeito da cidade ficou sabendo da tecnologia quando esteve em Brasília,
entrou em contato com a empresa responsável, que fez uma amostra.
"Reunimos as prefeituras de Plácido de Castro e Capixaba
para que a empresa fizesse a demonstração nesse ramal que dá acesso à Bolívia.
É um produto que cria uma crosta de 50 centímetros no solo, que não infiltra
água. Temos a garantia de ficar por um bom tempo sem poeira, sem a água
infiltrar e com isso evitando carros atolados", afirma Barros.
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Segundo o secretário, essa tecnologia é feita para ser usada,
principalmente, em ramais. "Essa proposta é importante para o nosso
estado, já que chove muito nessa região e o produto demora a deteriorar.
Normalmente só passamos a máquina no ramal para compactar o solo e com duas ou
três chuvas, já está se deteriorando. Com essa tecnologia, essa camada é muito
mais resistente, e só vai precisar ser mexido novamente após um ano", conclui.
O morador Valclei Nunes de Oliveira, de 36 anos, não aprovou
a nova pavimentação. Ele mora em Plácido de Castro a vida toda e conta que esse
trecho da cidade sempre teve problemas com a poeira durante o verão e com a
lama no período de chuvas.
"Eu fiquei sabendo desse negócio que aplicaram aí há um
mês para diminuir a poeira que fica, mas pelo visto não resolveu nada. É uma
tristeza total, porque a gente continua tendo que passar por aqui ficando quase
que coberto de tanto barro. Quando os carros passam fica ainda pior, porque
sobe a poeira. Ainda não choveu forte, mas só com um sereno já deu para ver que
também não vai dar certo, vai ficar aquela mesma lama que atola os
carros", reclama Oliveira.
Cabresto.blogspot.com
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